05 January 2007 05:00
olga no teatro
OLGA
Texto de Alessandra Cavagna, concebido numa estética expressionista, onde passado, presente e futuro se alternam em total desprendimento cronológico, como a memória que se fragmenta sem linearidade. O cenário que representa um tabuleiro de xadrez serve também de cela para Olga.
Trata-se de um texto biográfico que mostra os últimos instantes de vida de Olga Benário, mulher que desde tenra idade lutou contra a opressão e as diferenças sociais. Confinada numa cela solitária, tendo como única companhia a sua própria memória, único ponto de conflito, única possibilidade de diálogo, discussão, reflexão e debate. Ela que sempre foi de grupo, se vê agora perante ela mesma.
Olga divide-se em duas: aquela da realidade, presa num campo de concentração, momentos antes de sua execução, e aquela da memória, espécie de alter-ego, fruto de suas recordações e alucinações. Memória e Realidade fundem-se e desprende-se colocando as duas “Olgas” diante uma da outra. Corporalmente, buscaram-se aproximações às propostas de Pina Bausch, misturando verossimilhança a sentimentos e emoções viscerais. O cenário é uma cela solitária do campo de concentração nazista representada por um tabuleiro de xadrez.
de Alessandra Cavagna
direção de Geraldo Fernandes
com Alessandra Cavagna e Silvana Lins
1
(1 marks)