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2018

OFICINa DE PSICaNaLISE LaCaNIaNa

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Lygia Fagundes Telles - O moço do saxofone

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O moço do saxofone Lygia Fagundes Telles Eu era chofer de caminhão e ganhava uma nota alta com um cara que fazia contrabando. Até hoje não entendo direito por que fui parar na pensão da tal madame, uma polaca que quando moça fazia a vida e depois que ficou velha inventou de abrir aquele frege-mosca. Foi o que me contou o James, um tipo que engolia giletes e que foi o meu companheiro de mesa nos dias em que trancei por lá. Tinha os pensionistas e tinha os volantes, uma corja que entrava e saía palitando os dentes, coisa que nunca suportei na minha frente. Teve até uma vez uma dona que mandei andar só porque no nosso primeiro encontro, depois de comer um sanduíche, enfiou um palitão entre os dentes e ficou de boca arreganhada de tal jeito que eu podia ver até o que o palito ia cavucando. Bom, mas eu dizia que no tal frege-mosca eu era volante. A comida, uma bela porcaria e como se não bastasse ter que engolir aquelas lavagens, tinha ainda os malditos anões se enroscando nas pernas da gente. E tinha a música do saxofone.

Pescando Letras: ANÁLISE DO CONTO ”O MOÇO DO SAXOFONE”

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ANÁLISE DO CONTO ”O MOÇO DO SAXOFONE” O conto “O moço do saxofone”, da escritora brasileira Lygia Fagundes Telles, foi escrito por volta da década de 60. No mesmo ano da escritura do conto, logo ele foi publicado no Rio de Janeiro, fazendo parte da obra Antes do Baile Verde , lançada em 1970. Lygia escreveu o seu conto numa noite do ano de 1966, quando estava num quarto de hotel em Águas de São Pedro (SP), onde se hospedava com o segundo marido, Paulo Emílio. A escritora nomeou o conto como “O moço do saxofone”, que conta a história simples de um caminhoneiro que se hospeda numa pensão. Mas o conto não demoraria tanto a ficar conhecido do público. No mesmo ano em que foi escrito, no dia 18 de junho foi publicado com destaque no Suplemento Literário que circulou de 1956 a 1974, e se tornou referência entre os cadernos do gênero no País ; Mais tarde o texto veio a ser publicado na década de 70. Nascida em 19 de abril de 1923, Lygia Fagundes Telles é imortal da Academia Brasileira de Letras desde 1985. Embora tenha começado a escrever e a publicar ficção muito cedo, quando ainda cursava Direito na USP, ela prefere considerar Ciranda de Pedra , de 1954, seu primeiro romance, o ponto de partida de sua obra adulta.

2009