25 February 2018 01:15
Antes do Baile Verde – Wikipédia, a enciclopédia livre
(via)Antes do Baile Verde
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antes do Baile Verde
Edição de Antes do Baile Verde distribuída pela Companhia das Letras.
Autor(es) Lygia Fagundes Telles
Idioma Português
País Brasil
Género Contos contemporâneos
Editora Editora Bloch
Lançamento 1970
Páginas 237
Antes do Baile Verde é uma obra de contos brasileira escrita por Lygia Fagundes Telles e publicada originalmente pela Editora Bloch em 1970. É considerada uma das publicações mais relevantes da autora, a qual iniciou a consagração de sua carreira na década de 1970. O livro agrupa contos contemporâneos realistas de caráter intimista, refletindo características da terceira geração modernista e do Concretismo.
Composto por dezoito contos, escritos entre 1949 e 1969, o livro trata de temas como o adultério, a insatisfação conjugal, a loucura e a desmistificação dos papéis familiares, com personagens oriundas de famílias urbanas brasileiras de classe média que escondem dramas e conflitos. Antes do Baile Verde foi distribuída na gestão de Emílio Garrastazu Médici, durante a ditadura militar, e, logo após sua publicação, conseguiu o Grande Prêmio Internacional Feminino para Contos Estrangeiros.
A obra contista consolidou a carreira da escritora, rendendo-lhe o Prêmio Guimarães Rosa em 1972 e o Prêmio Coelho Neto em 1973. Além desta, outros contos de Lygia lhe possibilitaram ser escolhida para a cadeira de número dezesseis da Academia Brasileira de Letras, fundada por Machado de Assis. Em 1993, O Moço do Saxofone, um dos contos de Antes do Baile Verde, foi adaptado para a televisão em um episódio da série Retrato de Mulher.
Lygia Fagundes Telles - O moço do saxofone
(via)O moço do saxofone
Lygia Fagundes Telles
Eu era chofer de caminhão e ganhava uma nota alta com um cara que fazia contrabando. Até hoje não entendo direito por que fui parar na pensão da tal madame, uma polaca que quando moça fazia a vida e depois que ficou velha inventou de abrir aquele frege-mosca. Foi o que me contou o James, um tipo que engolia giletes e que foi o meu companheiro de mesa nos dias em que trancei por lá. Tinha os pensionistas e tinha os volantes, uma corja que entrava e saía palitando os dentes, coisa que nunca suportei na minha frente. Teve até uma vez uma dona que mandei andar só porque no nosso primeiro encontro, depois de comer um sanduíche, enfiou um palitão entre os dentes e ficou de boca arreganhada de tal jeito que eu podia ver até o que o palito ia cavucando. Bom, mas eu dizia que no tal frege-mosca eu era volante. A comida, uma bela porcaria e como se não bastasse ter que engolir aquelas lavagens, tinha ainda os malditos anões se enroscando nas pernas da gente. E tinha a música do saxofone.
Pescando Letras: ANÁLISE DO CONTO ”O MOÇO DO SAXOFONE”
(via)ANÁLISE DO CONTO ”O MOÇO DO SAXOFONE”
O conto “O moço do saxofone”, da escritora brasileira Lygia Fagundes Telles, foi escrito por volta da década de 60. No mesmo ano da escritura do conto, logo ele foi publicado no Rio de Janeiro, fazendo parte da obra Antes do Baile Verde , lançada em 1970.
Lygia escreveu o seu conto numa noite do ano de 1966, quando estava num quarto de hotel em Águas de São Pedro (SP), onde se hospedava com o segundo marido, Paulo Emílio. A escritora nomeou o conto como “O moço do saxofone”, que conta a história simples de um caminhoneiro que se hospeda numa pensão.
Mas o conto não demoraria tanto a ficar conhecido do público. No mesmo ano em que foi escrito, no dia 18 de junho foi publicado com destaque no Suplemento Literário que circulou de 1956 a 1974, e se tornou referência entre os cadernos do gênero no País ; Mais tarde o texto veio a ser publicado na década de 70.
Nascida em 19 de abril de 1923, Lygia Fagundes Telles é imortal da Academia Brasileira de Letras desde 1985. Embora tenha começado a escrever e a publicar ficção muito cedo, quando ainda cursava Direito na USP, ela prefere considerar Ciranda de Pedra , de 1954, seu primeiro romance, o ponto de partida de sua obra adulta.
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